Sou uma pessoa que olha muito para trás. Sou afeito a
retrospectivas, a fazer balanços e analisar prós e contras de momentos da minha
vida. Quando chega esse pedacinho especial do ano – o seu fim – isso se torna
algo intenso. Em compensação, não sou de traçar resoluções fantasiosas, embora
crie as minhas expectativas para o ano que vai nascer. Por exemplo, prometi pra
mim mesmo que me empenharia em me tornar um cozinheiro mais sofisticado em 2014
– e acho que esse ano foi o que mais estive longe do fogão desde que passei a
ter um.
Mas voltando à retrospectiva em si, lembro que terminei 2013
dizendo que sentia que havia sido um ano “encardido”. Tive bons momentos, mas
lembro que 2013 foi o ano mais difícil de toda a minha maturidade. Pedia, no
meu post de balanço no Facebook, que ao longo de 2014 eu desencardisse do ano
anterior, assim como uma pessoa que caminha longas horas na grama não consegue
desencardir o pé mesmo após esfregar bucha e sabão com afinco.
2014 foi um ano muito especial. Muito mesmo. Daqueles anos
para cuidar com carinho na memória. Aliás, é engraçado como os anos terminados
em 4 são anos que invariavelmente me trazem lembranças boas. Após nascer em
1984, tive excelentes anos em 1994, 2004 e agora 2014.