Nessa quarta-feira, dia 25 de março, é comemorado o Dia
Nacional do Orgulho Gay. Eu poderia vir aqui falar de quantas milhões de
pessoas apoiam as paradas gays Brasil afora, embora muitas delas tenham se
tornado verdadeiras Bandas de Ipanema fora de época. Também poderia lembrar o
lado ainda triste e sombrio da realidade homossexual em nosso país, como o fato
de que a cada 28 horas uma pessoa é assassinada, vítima de homofobia, e cerca
de 70% desses crimes ficam impunes, de acordo com informações do Grupo Gay da
Bahia (GGB) publicadas na imprensa.
Mas recentemente tomei pé de uma ação muito bacana para a
Billboard Brasil concebida pela agência Ogilvy Brasil, na qual tenho a
felicidade de ter amigos (héteros) trabalhando. E resolvi abrir espaço para
esse jabá aqui no Barba Feita – caso você não saiba, longe da carne-seca em
nordestinês, jabá é, no jargão jornalístico, quando alguém acaba recebendo
alguma contrapartida (como um presente, uma promoção ou alguma vantagem) em troca
de ser simpático à ideia de publicar algo. No meu caso, a contrapartida é a
causa mesmo. Trata-se da Parada Gay na Rádio.
A ação vai passar por diversas emissoras do país, começando
às 8 horas da manhã. Durante 24 horas elas tocarão, em horários diferentes,
playlists de artistas assumidos gays, formando assim uma grande corrente contra
o preconceito. A ideia é fazer com que a influência de grandes nomes da música
ajude a chamar a atenção sobre a importância de dizer não à homofobia.
Essa playlist, selecionada com ajuda da revista, vai
destacar alguns dos principais nomes do cenário musical – artistas gays do
Brasil e de fora. Dessa forma, não faltarão Elton John, Queen e Cindy Lauper,
nem Ney Matogrosso, Cássia Eller e Daniela Mercury. A intenção é que, juntas,
essas rádios consigam reunir, nos horários da ação, uma audiência de milhões de
pessoas, percorrendo quilômetros e quilômetros e, efetivamente, se tornando a
maior parada gay do mundo.
No decorrer da programação da Parada Gay na Rádio ainda
haverá informação envolvendo o grave problema da violência e do preconceito
contra os gays.
“Essa é uma das causas mais nobres às quais podemos nos engajar. A Billboard não só apoia como é contra qualquer tipo de preconceito. Para que seja um sucesso, no entanto, é preciso a participação de todos os brasileiros, por isso nossa parada começa nas rádios mas não para por ai – vai para onde as pessoas quiserem levá-la”, diz Antonio Camarotti, CEO da Billboard Brasil.
Uma fanpage (link aqui) foi criada
especialmente para receber depoimentos espontâneos, compartilhar informações
relevantes sobre o assunto, de forma colaborativa. Para participar, os
simpatizantes devem utilizar a hashtag #CaleAHomofobia em suas postagens.
“A influência dos artistas gays na música é gigantesca. Imagine um mundo sem Queen, por exemplo? E a ironia é que grande parte daqueles que perpetuam a homofobia são fãs desses artistas. Acreditamos sim que a música tem o poder de calar a homofobia”, diz Aricio Fortes, VP nacional de criação da Ogilvy Brasil.
Que mais e mais iniciativas como essa possam ajudar a
transformar um dia tão importante como o de hoje em uma data realmente a se
comemorar. E, sempre, com muita música para libertar a alma.
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Paulo Henrique Brazão, nosso colunista oficial das quartas-feiras, é niteroiense, jornalista e autor do livro Desilusões, Devaneios e Outras Sentimentalidades. Recém chegado à casa dos 30 anos, não abre mão de uma boa conversa e da companhia dos bons amigos.
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