
Eu prometi pra mim mesmo que não entraria mais no Tinder. Quando meu... seja lá o que tenha sido, terminou, eu disse: "Glauco, nada de Tinder.". Mas quem disse que eu consegui? O tédio do feriado da Semana Santa me levou a baixar o aplicativo e criar uma nova conta. Meus amigos estavam ocupados, eu queria me distrair, conhecer gente nova, então pensei: "Ah, não vai fazer mal!", e lá fui eu, de peito aberto. E...
Lá estava eu, de volta ao mundo Esquerda e Direita. Esquerda pra quem eu não quero, Direita pra quem eu quero, caso você aí do outro lado do monitor não saiba. E começa a procura: Esquerda, Esquerda, Esquerda, Esquerda, Hum... Direita? Não, Esquerda. Esquerda, Esquerda, Direita, Esquerda, Direi... Não, Esquerda. Esquerda, Direita...
Após algum tempo, surgem os Matches e bate aquela empolgaçãozinha, nada muito festivo, só um "Oh, consegui um Match.". E você puxa papo, porque sim, não é desespero, ansiedade, nada disso, apenas porque sim. Aí é aquela coisa: Oi, como vai? Tudo bem? De onde fala? E você?. E em menos de cinco minutos de conversa... "Curte o que?". Ah, isso mata... OK, eu sei, é uma pergunta válida, eu sei. Mas assim? De cara? Não dá pra criar um vínculo um pouco maior pelo menos? Mas eu não perco a chance, e digo: "Ah, eu curto música, ler, cinema, barzinho, séries, balada, sair com os amigos... E você?", aí a conversa dá aquela caída brusca, porque nós sabemos que a resposta que ele queria ouvir era outra, né?