Tinha decidido escrever sobre a
parcela de gays que acharam a troca de fotos de perfil no Facebook – ocorrida
no último final de semana –, uma tremenda bobagem. Uma modinha. Um mimimi
desnecessário. Como se comemorar uma vitória, vinda de outro país que não seja
o nosso, fosse algo... Ridículo. Mas, heim?
Particularmente, comemoro qualquer
vitória que seja de inclusão. Seja nos Estados Unidos, que reconhece o
casamento entre pessoas do mesmo sexo, seja em Moçambique que deixou de
criminalizar as relações entre pessoas do mesmo sexo. Gays, Bissexuais, Trans. Fico
feliz por cada conquista que venha para todos nós. Assim como espero que lá nos
outros países, também fiquem contentes da mesma maneira pelo Brasil reconhecer,
desde 2013, da união de pessoas do mesmo sexo. Ficar feliz não é crime. Ficar
feliz por alguém não é modinha ou mimimi. Ficar feliz pela conquista de alguém
é ser altruísta. É não olhar para a porra do próprio umbigo e perceber que o
que te faz feliz não são só as atitudes que fazem você lucrar alguma coisa. Pare
de ser egoísta. Pare de se achar superior. Você não é.
Mas a nossa internet não para e
logo depois começou um festival de: Todo mundo odeia Zeca Camargo. Isso por
conta de uma crônica que ele fez para a Globonews sobre a morte do cantor
Cristiano Araújo. O que mais me irritou foi ler algo como: “Não li o texto do
Zeca, mas já achei desnecessário”. “Não ouvi o que o jornalistazinho escreveu,
mas fez pra causar”. Bem, qualquer crítica que é feita na base do “Não sei do
que se trata, mas já odeio”, é ridículo.
Você não pode ter sentimento nenhum, opinião nenhuma por algo que "não sabe
do que se trata”, não leu, não ouviu e, acima de tudo, não entendeu.
Até pensei em explicar o texto
que foi narrado pelo próprio Zeca, que você pode ver e ouvir AQUI (e tem um ótimo texto do próprio Zeca no blog pessoal dele, link aqui). Mas não.
Interpretação é algo que vem da escola ou, na maioria dos casos, pode vir com o
tempo. O que pretendo fazer com o meu texto é pedir para você parar por dois
minutinhos e refletir, quem sabe ajudar os outros amiguinhos a pensarem sem ódio
e sem concordar ou discordar de algo que não leu e não faz ideia do que se
trata. Você, assim como eu, pode opinar. Seus amigos podem escrever longos
textos e serem compartilhados pelas timelines por aí, mas antes é preciso ter a
mínima ideia sobre o que se é contra e sobre o que se fala.
As comemorações de “foto colorida”
podem ter começado pela decisão da Suprema Corte americana e vindo ao lado da
celebração do orgulho gay americano, mas não foi por isso que colori minha
foto. Na verdade, não foi só por isso. Colori porque comemorei. Porque assim
como nós, os americanos nos 50 estados podem se casar. Podem, finalmente,
depois de anos, oficializar a união. E meus amigos heteros comemoraram comigo,
assim como meus amigos bissexuais e Trans. Por um dia consegui sentir fazer
parte de algo que incluía e não excluía. É claro que também li coisas que me
irritaram, mas foi pequeno, não foi capaz de acabar com o sentimento que
dominou todos os meus amigos. Vi que pode sim chegar o momento em que as coisas
vão mudar. Não sou tão utópico em pensar que isso vai ocorrer amanhã, mas
começa com um dia após o outro.
E pra você que continua achando
que tudo isso é uma grande besteira. Melhore. Melhore seu coração, amiga (o) e
seja mais que uma pessoa chata reclamando na TL alheia. Essa é a minha dica!
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Silvestre Mendes, o nosso colunista de quinta-feira no Barba Feita, é carioca e formado em Gestão de Produção em Rádio e TV, além de ser, assumidamente, um ex-romântico. Ou, simplesmente, um novo consciente de que um lance é um lance e de que romance é romance.
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