-Então? O que me diz?
Pausa, houve uma longa pausa. Mas uma resposta. Tudo acontecera numa sexta-feira. E não demorou muito para que os amigos se encontrassem para colocar os assuntos em dia.
- O que você disse a ele? O que aconteceu? Conta logo Edu, não faz esse suspense todo!
Edu ria da curiosidade do amigo ao mesmo tempo que adorava lembrar como tudo acontecera. Ele não pensou muito. Aceitou o convite e quando viu estava comendo pipoca e assistindo um filme.
-Só isso? Mais nada?
E sexo. Muito sexo durante todo o final de semana. Edu lembrava de cada beijo e cada toque deixando escapar um sorriso maroto no canto da boca.
-E o que mais?
-Temos nos falado muito desde então.
-Namorando?
-Ainda não. Estamos nos conhecendo.
-Começaram bem!
Os dois amigos riam. Edu não era mais o mesmo desde que chegara àquela cidade, mas conservara o ar inocente e isso ninguém podia tirar dele. Era como se tirassem suas asas.
-Você ainda não me disse o nome dele.
-Gustavo.
A voz de Gustavo não saia de dentro da cabeça de Edu. Forte, mas doce. Vigorosa, altiva, mas calma.
-Você está apaixonado!
-Você está apaixonado!
-Pode ser, mas eu estou bem.
-Estar apaixonado não é estar bem?
-É, mas também é perder o rumo, não sei se quero isso, dá um medo, sabe?
-E o que você quer?
Edu não respondeu, mas Léo sabia muito bem que o amigo só queria uma coisa aquele momento, sabia que ele podia voar. Para qualquer lugar...
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Serginho Tavares é um apreciador de cinema (para ele um lugar mágico e sagrado), da TV e da literatura. Adora escrever e é o colunista oficial do Barba Feita às sextas. É de Recife, é do mar: mesmo que não vá com tanta frequência até a praia e mantenha sempre os pés bem firmes na terra.
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