Admito que até hoje não tinha refletido
sobre o tão cobiçado, proclamado e famoso orifício. E cá entre nós, nunca
entendi muito bem a obsessão que algumas pessoas possuem por ele. E não, não
estou sendo nada irônico. Pense só comigo. Quando pequenos, ouvimos a torto e a
direito os adultos e os quase adultos mandando todo mundo tomar no meio do olho
do cu. Crescemos acreditando que essa é a maior ofensa que qualquer pessoa pode
receber e qualquer outro pode desejar e berrar em um momento de raiva!
Mas não é só isso. Existe também
o tabu sexual que envolve essa “parte do corpo”. Homens querem. Mulheres
(algumas) nem cogitam usar essa área do corpo, já que dizem (as más línguas) que
isso (utilizar) não é coisa de mulher direita (e não estou usando nenhum
exemplo extraído de uma obra de Nelson Rodrigues). Alguns outros (homens,
mulheres e trans.) utilizam como ganha pão. Quando não, acabam tendo que usar
os dos clientes para que eles saiam satisfeitos.
O que me leva pensar que existir
um espetáculo em homenagem ao “orifício” não é nada surpreendente, mas um claro
sinal do que somos todos nós, em uma escala cada vez mais: fiscal de cu alheio.
Meus amigos de Barba e eu já escrevemos alguns muitos textos que falam das
pessoas que regulam ou usam as redes sociais para reclamar sobre postagens,
ideias e ideologias alheias.
Em um tempo onde a tecnologia dá
mais liberdade para os seus usuários, somos mais julgados e vigiados pelos
olhares dos “outros”. O pensamento “O que os outros vão pensar” nunca esteve
mais atual do que agora. E olha que já passamos por uma ditadura militar, mas o
olhar dos nossos “amigos”, por incrível que pareça, vai se tornando tão mordaz
e feroz quanto se a ditadura estivesse em vigência atualmente. E jogar pedra no teto
vizinho fosse a única maneira de sobreviver por mais um dia. Só mais um dia.
A ideia desse texto nasceu
baseada nas fotos que vi de um espetáculo que anda explorando essa parte de tanto pudor das pessoas. Não fiquei chocado com o espetáculo, nem com a
ideia artística. Acho que cada um sabe o que faz com “as suas partes”, e a
questão nunca foi tão pertinente. Seja
por estarmos um tanto quanto loucos. Seja por vigiar as atividades alheias. Seja
um novo esporte bastante praticado.
No fim, o “objeto de desejo” continua
sendo curiosidade para alguns, xingamento para outros e instrumento de gozo
para tantos mais. Olhar artístico ou não, o cu de todo mundo acaba entrando na
reta e muitos congelam sem saber o que fazer ou se devem se defender...
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Silvestre Mendes, o nosso colunista de quinta-feira no Barba Feita, é carioca e formado em Gestão de Produção em Rádio e TV, além de ser, assumidamente, um ex-romântico. Ou, simplesmente, um novo consciente de que um lance é um lance e de que romance é romance.
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Um comentário:
VÃO TOMAR NO OLHO DO SEU CU SEU PETISTA DO CARLHO
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