Após um período de férias, do trabalho e dos textos inéditos
do Barba Feita, estou de volta. Aos inéditos, porque em relação ao trabalho
ainda me recupero de uma pequena cirurgia de septo nasal, realizada na última
sexta-feira. Muito chato esse pós, mas já, já, estarei 100%.
Para esse retorno, resolvi tratar de outro importante e
marcante fato das minhas férias: a minha viagem. Foi um roteiro muito ousado:
passar por 12 cidades/localidades em dois países ao longo de duas semanas.
Nunca havia ficado tanto tempo viajando na minha vida, ainda mais por tantos
locais.
Os países escolhidos foram Peru e Bolívia. Cristiano
(para quem não sabe, meu companheiro nessa vida) e eu optamos por realizar um
autêntico mochilão, apenas apelando para um pouco mais de conforto nas
hospedagens. E muita gente disse que eu
não tinha cara de mochileiro... Mas vou dizer: o mochilão talvez tenha sido a
melhor parte disso tudo, mesmo com suas limitações espaciais. As grandes provas
dessa viagem ficaram por conta de imensos imprevistos que desabaram como uma
avalanche e a tornaram uma grande experiência de vida.
Percorremos cerca de 2.500 quilômetros por terra, entre
deserto, montanhas e floresta. Foram 58 horas de ônibus (mais de 2 dias), mais 13
horas de avião (contando um teco-teco para 6 passageiros e 2 tripulantes),
6 horas de carro (incluindo a caçamba de uma picape), 5 horas de van, 5
horas de barco, 1h30min de trem, e 8 horas a pé. Sim, caminhamos muito.
Muitas das vezes ouvindo que não conseguiríamos. Conhecemos e fizemos amizades
com peruanos, bolivianos, holandeses, espanhóis, americanos, noruegueses,
canadenses, franceses, colombianos, espanhóis, alemães, coreanos, chilenos e
brasileiros.
Estivemos a 4.500 metros acima do nível do mar (e nossa
adaptação foi uma das melhores, não dando muitas brechas ao soroche, o tal mal
da altitude). Conhecemos mais da cultura de povos ancestrais, como os Paracas e
os Nascas, dos pré-Colombianos e mais balados Incas, e dos remanescentes
Quechuas e Aymaras.
Todo o relato dessa jornada, com os requintes que podem soar
de ficção a todo o momento (eu acharia exagero se lesse em um livro o que se
passou com a gente) vou compartilhar aqui no Barba Feita em três capítulos nas
próximas semanas: A Primeira Parte no Peru; A Ida à Bolívia; O Retorno e o Desfecho no Peru.
Seja para empolgar uma ida a esses países ou desestimular
também, o que é possível; seja para apenas entreter e fazer vocês rirem um
pouco das nossas agruras. Mas o principal é que sempre esperei que essa viagem
fizesse despertar algo novo e diferente dentro de mim. E ela conseguiu.
Principalmente na minha visão sobre as relações humanas; novas e antigas
amizades e o porquê delas surgirem. Além do mágico contato com a energia há
séculos depositada em muitos desses locais pelos quais passamos.
Até semana que vem!
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Paulo Henrique Brazão, nosso colunista oficial das quartas-feiras, é niteroiense, jornalista e autor do livro Desilusões, Devaneios e Outras Sentimentalidades. Recém chegado à casa dos 30 anos, não abre mão de uma boa conversa e da companhia dos bons amigos.
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