Meu texto essa semana seria sobre
Bowie. Iria falar e refletir sobre toda importância de sua música, obra e arte
na minha vida. Iria elogiar suas letras, refletir sobre seus momentos e suas
fases, afinal, todos nós somos (admitindo ou não) pessoas de fases. É toda
aquela história que já falamos por aqui sobre ser diferente e se reinventar. Mas ninguém conseguiu fazer isso e não perder
sua essência como David Bowie.
Depois de muito pensar, notei o quanto
estava sendo pretensioso. Minha ínfima vida, se comparada com a obra de Bowie, não é nada. NADICA! E isso, no lugar de me deixar mais triste, me fez perceber o
quanto ainda tenho que lutar pelos meus sonhos, me realizar como pessoa e me
dedicar para atingir os meus objetivos. É preciso seguir em frente e conseguir
construir algo para o qual possa olhar mais pra frente e me sentir bem. Notar que
fiz algo pelo que serei lembrado. Mas isso não deve acontecer. Não que não seja
bom o suficiente em algo ou que não possua meus talentos. A questão é valorizar
o que faço. Eu dar o devido valor ao meu tempo (perdido) e nas coisas que executo
e mostro para o mundo.
Todos os textos que escrevi para
o Barba Feita foram um reflexo do que sinto. Ou estava sentido na época. Não
criei um personagem (não pra cá), não montei meias verdades e muito menos me dei
ao trabalho de esculpir belas mentiras. Cada texto foi a junção do meu tempo e
do que rolava comigo. Das minhas inquietudes e medos. E também da minha falta
de percepção com o mundo. Meu mundo.
Esse texto nasceu quando queria
falar de mim, mas usando outra pessoa (ou o legado de outra pessoa como exemplo),
mas percebi o quanto falar do artista (Bowie) já torna as coisas meio mágicas e
possíveis. É possível que minha vida não seja muito interessante, assim como é
possível já estar seguindo a estrada que tanto almejo, mas ainda não tenho essa
ideia. Não percebi ou notei isso. Dificilmente David sabia o que estava fazendo
ao dar sua cara a tapa, cantar suas músicas e se tornar o que se tornou. A
verdade é que nós nunca sabemos o que vamos nos tornar, ao menos quando
chegamos lá. Ou não. Talvez, a imagem do que somos para os outros nunca seja perceptível
em sua totalidade pra gente. Só que o outro sabe, nota e pode até arranjar
forças desses momentos para seguir em frente. Ou se recriar a partir disso.
Obrigado, Bowie, por tudo.
Obrigado, inclusive, por me ajudar nesse texto. Você, meu querido leitor,
torne-se o herói que você gostaria de ter tido. Assim, quem sabe, vai acabar
salvando duas vidas. A sua e de outra pessoa.
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Silvestre Mendes, o nosso colunista de quinta-feira no Barba Feita, é carioca e formado em Gestão de Produção em Rádio e TV, além de ser, assumidamente, um ex-romântico. Ou, simplesmente, um novo consciente de que um lance é um lance e de que romance é romance.
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