Oi, amigos, como vocês sabem, eu
sou gay. E sou muito feliz sendo gay, entretanto, nem todo mundo é e muitas
vezes se vê obrigado a viver escondido, no armário, porque assumir traz consigo
responsabilidades que essas pessoas não conseguem arcar. Medo da família, de perder amigos e o emprego são alguns exemplos. Ora, quem sou eu para achar que
todo mundo é igual e que todo mundo tem que se assumir. Se assume quem pode,
mas garanto, viver uma vida escondido é muito ruim. Venho de uma cidade que não
vê com bons olhos pessoas que não se assumem. Pelo menos por aqui, se você não
diz a que veio corre sérios riscos. A dúvida não é bem-vinda no Recife.
E essa dúvida gera o que todo
mundo ADORA. Fofoca, claro. E o mundinho vive disso, quer seja sobre uma mega
celebridade hollywoodiana, quer seja sobre o vizinho da esquina, todo mundo no
fundo (ui) quer saber quem está dando para quem. A necessidade de saber o que
se passa na cama dos outros é imensa. Como se o que se faz na cama fosse
realmente algo de outro mundo. Se bem que na verdade é, quem não gosta de um bom sexo, mas todo mundo sabe
disso, então, qual o problema? Recalque?
Acredito eu que a pessoa deve
primeiro se assumir para si mesma. O resto é consequência porque no fundo
(gente, quantas vezes eu vou usar essa palavra aqui?) TODO mundo sabe. As mães
são as primeiras, elas nos dão banho e nos alimentam, elas sabem quem é o quê
desde o começo. Não se pode escapar do crivo materno. As pessoas que convivem
conosco diariamente, nossos colegas de colégio, faculdade, trabalho, também percebem com o tempo e, segundo um amigo meu, o olhar diz tudo.
É a tal lente da verdade,
dirão eles, mas ninguém também deve se assumir à força, isso tem que partir de
cada um e naturalmente. Tudo que não é feito com amor gera desconforto e o amor
precisa surgir de dentro para fora. As pessoas enxergarão a alegria que você
transmite sendo quem você é de fato e não vão te julgar. E todo mundo quer ser
feliz.
Não estou falando aqui de
levantar bandeiras. Levantar uma bandeira, abraçar uma causa é uma coisa
completamente diferente. É um ato político e muita gente confunde se assumir a
ter que abraçar uma determinada causa. É pessoal também; eu estou aberto à causa gay e com tudo que seja referente a ela e que possa trazer aceitação, paz,
justiça e alegria para todos meus irmãos. E para abraçar a causa gay você não
precisa ser gay. Entenderam a diferença?
Com esse texto, eu não estou dizendo que você deve sair por aí se assumindo caso ainda não tenha feito isso. Eu estou dizendo que viver fora do armário é legal, mesmo porque eu tenho rinite. Sou feliz e nunca tive problemas com isso, mas eu soube desde o começo a arcar com toda a responsabilidade pertinente à situação. Eu me assumi por inteiro e para mim mesmo, as pessoas que fazem parte da minha vida gostam de mim por ser autêntico, mas se você não pode, não está preparado, então dê tempo ao tempo, contudo, assuma-se primeiro para você e o resto vem depois. Posso garantir, você será mais feliz e mais radiante todos os dias.
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Com esse texto, eu não estou dizendo que você deve sair por aí se assumindo caso ainda não tenha feito isso. Eu estou dizendo que viver fora do armário é legal, mesmo porque eu tenho rinite. Sou feliz e nunca tive problemas com isso, mas eu soube desde o começo a arcar com toda a responsabilidade pertinente à situação. Eu me assumi por inteiro e para mim mesmo, as pessoas que fazem parte da minha vida gostam de mim por ser autêntico, mas se você não pode, não está preparado, então dê tempo ao tempo, contudo, assuma-se primeiro para você e o resto vem depois. Posso garantir, você será mais feliz e mais radiante todos os dias.
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Serginho Tavares é um apreciador de cinema (para ele um lugar mágico e sagrado), da TV e da literatura. Adora escrever e é o colunista oficial do Barba Feita às sextas. É de Recife, é do mar: mesmo que não vá com tanta frequência até a praia e mantenha sempre os pés bem firmes na terra.
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