O que acontece para os relacionamentos irem do “para sempre” ao “nunca mais”?
Com a mesma velocidade que nos entregamos e nos permitimos no início de um namoro, vamos nos classificando como completos estranhos, amigos, amantes, entediados, enfurecidos e, num piscar de olhos, estamos de volta para o estado de completos estranhos.
Amor e medo se conjugam. Ganhamos quando o medo se ausenta e perdemos quanto ele nos domina. O receio de não oferecermos ao outro lado a mesma proporção de energia, gentileza e paixão existe tanto quanto o medo de estarmos, demasiadamente, entregando energia, gentileza e paixão. Como que calculando moedas e esperando o troco.
Medo de um acidente interromper aquela alegria absurda de estar apaixonado e ser correspondido. Medo de um terceiro elemento entrar na história. Medo do que vão dizer e como vão aceitar. Medo de os planos não sincronizarem. De machucar ou ser machucado. Decepcionar ou ser decepcionado.
Amar sem medo é uma ciência inexata. A coragem depende da sabedoria adquirida. A segurança depende do comportamento alheio. A liberdade fica vinculada ao quanto você se doa no relacionamento, para não se privar de curtir a si próprio, também. A honestidade resolve tudo. O diálogo simplifica os contratempos. O respeito dá vida longa. São coisas que não vem escritas em uma cartilha e, por isso, prestar atenção no ser amado é se assegurar que os sinais estão sido bem lidos. É precisar o calibre.
Os medos são tão tolos quanto as declarações e promessas e anseios. Vivemos apenas uma vez. Temos que deixar tudo aqui. Não podemos embrulhar uma onda e guardar pra gente, mas podemos surfá-la. O “nunca mais” é nunca demais para quem não tem medo. Não se arriscar é perder mais do que o que o risco oferece como perda.
Eu escolhi o amor sem medo. Guardo meu “para sempre” em uma caixa sem cadeados. O que o mantém ali é meu amor. Bem aquecido e bem alimentado.
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