Terminou nessa última semana uma
das melhores estreias do ano: American Crime Story. A série, que podemos chamar
de um tipo de spin-off de American Horror Story, veio para relembrar casos
que chocaram a América. E o primeiro e mais memorável deles foi o julgamento de
O.J. Simpson, tipo por muitos como o julgamento do século.
E posso dizer que foi uma aposta bastante
acertada de Ryan Murphy e Brad Falchuk, dupla responsável por Glee e American Horror
Story, para inaugurar a nova franquia. Além de ter uma cobertura gigantesca
por parte da mídia, especializada ou não, os bastidores do julgamento
carregavam uma trama digna dos melhores novelões do gênero.
Você pode (e deve) me perguntar: mas Silvestre, seja honesto comigo, se em uma rápida procura no Google vou
saber como termina o julgamento, por que vou me dar o trabalho de assistir dez
episódios dessa série? E pacientemente te respondo, pequeno gafanhoto. O que
importa não é saber se ele será condenado ou não, mas como se deu sua
condenação ou absolvição. As provas da promotoria, as teorias dos advogados de
defesa, as brigas nos bastidores; isso é delicioso demais e vale cada minuto de
todos os episódios exibidos.
Particularmente, não sou muito fã
da “grife” Ryan Murphy de roteiros, mas aqui não tinha como ele errar a mão. A
história já tinha o seu final conhecido, o livro: The Run Of His Life: The People
V. O. J. Simpson (lançado no Brasil pela ótima editora DarkSide Books com o
título de: American Crime Story: O Povo contra O.J. Simpson) serviu de base
para a construção de toda a narrativa do roteiro. Não teria como dar errado. E
deu certo! Os episódios são profundos e nos dão uma visão daquelas pessoas, em
uma época pré-redes sociais e vida na internet, e de como a mídia pode ajudar a
inocentar criminosos e fazer inocentes serem detestados.
O maior destaque da série,
infelizmente, não vai para Cuba Gooding, Jr, que interpreta O.J. Simpson. Mas
para Sarah Paulson, que interpreta Marcia Clarck. O episódio de número 6, que
foi exibido no dia 08 de março, e se chama Marcia, Marcia, Marcia, foi exibido no Dia Internacional da Mulher, e foi sensacional. Ao mesmo tempo em que
fiquei chocado com a mídia por perseguir aquela mulher, fiquei sensibilizado
com sua garra e coragem por seguir fazendo o que julgava ser certo. E acredito
que desta vez o Emmys/Golden Globes serão de Paulson, sem sombra de dúvida. Outros
destaques do elenco são: John Travolta, que está ótimo como Robert Shapiro, e Courtney
B. Vance, que dá uma aula de interpretação como Jhonnie Cochram.
American Crime Story apresentou
dez episódios em sua primeira temporada e devo dizer que todos são imperdíveis.
O segundo ano da série já está mais do que garantido. Assim como a série “mãe”,
Crime Story é uma antologia e apresentará um novo caso na próxima temporada. O
tema, para minha surpresa, será o desastre natural Katrina. Não que não tenha
sido um evento marcante, mas acho que abre espaço para os “furos” de roteiro
pelos quais Ryan Murphy é conhecido e temido.
Ficou curioso e não sabe ainda se
deve acreditar em mim e assistir essa série? Então leia a crítica que foi feita lá no Pop de Botequim, logo depois da estreia. Está bem boa.
E só para vocês saberem, o canal
americano NBC encomendou Law & Order: True Crime. Que vai seguir também os
passos de um crime e seu julgamento. Ao
que parece, um novo gênero nasceu, com casos reais ganhando contornos dramatúrgicos.
E podemos dizer que foi a Netflix quem começou tudo isso com o documentárioMaking a Murderer...
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Silvestre Mendes, o nosso colunista de quinta-feira no Barba Feita, é carioca e formado em Gestão de Produção em Rádio e TV, além de ser, assumidamente, um ex-romântico. Ou, simplesmente, um novo consciente de que um lance é um lance e de que romance é romance.
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