Rotina é uma palavra que desperta
amores e ódios. Tantas pessoas reclamam dela, principalmente quando algo “cai
na rotina”. Relacionamento, trabalho, amizades, sexo... Quando se volta de férias
somos deparados com ela de uma forma extremamente dura e direta: é o retorno à
vida como ela é. Demora-se a pegar no tranco, voltar ao ritmo.
Por outro lado, existem coisas odiáveis
de não se ter rotina. Nosso corpo nos lembra disso: não tê-la no sono, nas
funções corpóreas (ah, um intestino...), na alimentação... Tudo isso acaba
pedindo o mínimo de regras caso você não queira experimentar os limites do seu
organismo. Também adiciono a isso outras rotinas que são necessárias até mesmo
para a sanidade, como lazer, leitura, cultura, atividade física...
Eu sou afeito a rotinas. Sou
metódico. Muitos acham que sou virginiano. Na verdade, sou apenas um geminiano
muito do cricri. Gosto de voltar para a minha casa, a minha cama, e deitar
sempre do mesmo lado dela. Retornar ao carinho dos meus cachorros e gatos (ok,
os cachorros nem têm comparação em suas demonstrações de amor, só por eles já
vale muita coisa voltar), passear com eles todas as noites, tomar banho no meu
chuveiro, sentar no meu sofá e assistir aos meus programas favoritos. Malhar na
minha academia, sentar na minha mesa no escritório e almoçar com os meus amigos
do trabalho. Tudo isso faz parte das pequenas delícias do dia-a-dia que, por
vezes, são tachadas de pura obrigação.
Procuro não ser contraditório ao meu texto da semana passada, no qual dizia que viajar era preciso. Acredito
ser mesmo. Por isso, até para viajar busco manter uma rotina. Programo minhas
viagens com antecedência e busco sempre fazê-las duas vezes ao ano, para manter
o ritmo e o pique dos demais desafiadores dias que virão. Renovar-se é preciso
e até isso tem que fazer parte do nosso cotidiano.
Até mesmo a rotina de escrever
para este blog é necessária. Manter viva a escrita, a busca semanal por temas e
palavras, a tentativa de entreter meus (poucos) leitores, faz parte da vida.
Foi uma opção, justamente para ter na agenda o meu compromisso com a minha
atividade de escritor, ainda que prosaico e amador.
Encerro esse texto como faço
todas as semanas. Programo no site, espero a revisão do chefinho Leandro Faria.
Vou pegar o metrô para voltar para casa, não sem antes lanchar algo e passar na
academia. Tudo sempre igual, como na música do Chico.
Que bom!
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Paulo Henrique Brazão, nosso colunista oficial das quartas-feiras, é niteroiense, jornalista e autor do livro Desilusões, Devaneios e Outras Sentimentalidades. Recém chegado à casa dos 30 anos, não abre mão de uma boa conversa e da companhia dos bons amigos.
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