Ser jornalista e trabalhar com Comunicação me faz, todos os
dias assim que acordo, buscar tomar pé das principais notícias do dia. É quase
um ritual matinal, tão obrigatório quanto escovar os dentes. E esta semana
começou com uma dessas notícias, indigestas ao extremo, que nos fazem perguntar
até onde vai a mente humana e a humanidade em si: um homem matou a esposa e
dois filhos em um condomínio da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Uma família aparentemente feliz, dois meninos saudáveis (um
deles, tão novo que ainda escrevia em garranchos sua assinatura na carteira de
identidade). Provavelmente, duas gestações esperadas e desejadas ao extremo,
dada a idade avançada da mãe perto das crianças (ela tinha 48 anos e eles, 10 e
7). Tantas coisas podem se supor desses quatro. Mas o que se sabe são os
frios fatos já apurados, periciados e, em parte, até mesmo relatados em carta
pelo próprio assassino e suicida: a preocupação com a situação financeira da
família, uma suspeita de que seria demitido e não poderia manter o nível de
vida dos quatro, o fez esfaquear a esposa enquanto dormia, golpear os filhos
com uma marreta e pular com os dois (vivos ainda?) pela janela do 18º andar do
Edifício com o paradisíaco nome de Lagoa Azul.