Na semana passada, publiquei aqui um texto chamado Confessionário, que revelava o quanto podemos aparentar ser um outro alguém que pretendemos (ou não) ser. No íntimo de qualquer pessoa, seja eu, seja você, seja o porteiro de seu prédio, seja a beata que vai à igreja todos os dias, seja o caixa simpático da padaria ou o seu colega de trabalho bonachão, há um imenso caleidoscópio de sentimentos e desejos que, cautelosamente, acabamos por desvendar somente uma única faceta, principalmente através das redes sociais que, acredito, tenham sido as responsáveis pela evolução de uma nova cultura comportamental.
“Tempos líquidos.”, diria o eterno Bauman.
No Facebook, por exemplo, ninguém (ou quase ninguém) é triste, mau ou está deprimido. Lá, ninguém diz que está com vontade de tomar meia dúzia de Prozacs (ainda existe esse remédio?) ou que gostaria de fuzilar aquela mulher fofoqueira do trabalho que acabou com sua reputação na empresa. Todos nós temos vários ângulos... Mas quem mostra o seu lado “Darth Vader” de ser? O que existe no lado escuro da lua?