Volta e meia me reencanto com algumas canções que, mesmo fazendo parte da trilha sonora de minha vida, ficam às vezes ali, escondidinhas num canto para brilhar novamente em alguma circunstância especial. E foi novamente por uma dessas circunstâncias que voltei a ouvir Radiohead. Recentemente, o terceiro disco deles, o magistral OK Computer, completou inacreditáveis vinte anos. Enfatizo essa minha incredulidade pois, quando o ouço, tenho a impressão de que este disco é, na verdade, um reflexo do futuro, se é que isso possa existir.
Mas para falar do futuro, voltemos ao passado. Quando eu era somente um adolescente, tive uma professora de Filosofia (sim, eu tinha aulas de Filosofia no antigo segundo grau – atual nível médio) que dizia que “tudo que era belo transporia os séculos”. E, nas aulas, sempre discutíamos esse conceito associativo de “belo” como algo muito subjetivo. Afinal, não poderíamos gostar de nada que fosse considerado “feio”?
Obviamente, a aula entrava nos caminhos da história da Arte, dos corpos perfeitos da Grécia Antiga, da poética, do termo “belas artes” do classicismo, a estética aristotélica e os aspectos formais de ordem, proporção e simetria utilizadas na produção visual grega, renascentista e gótica.