Ontem foi mais um início de
semana. Mais uma segunda-feira corrida como todas as outras nos últimos anos...
Muito trabalho, reuniões e, depois dele, outros compromissos. A coluna de hoje,
por exemplo, foi escrita aos 45 minutos do segundo tempo. Mas hoje teve algo
diferente no ar. Talvez eu não saiba o que é, não sinta ou ainda não enxergue.
Tenho as coisas mais simples do mundo e acho, que agora aos 38 anos, comecei
uma nova fase no game da vida. É tão óbvio e me causa um conforto imenso e inexplicável.
Valorizar (ou voltar a fazê-lo) as coisas e as pessoas que realmente importam.
Acho que me perdi um pouco nos últimos anos (ou me deslumbrei, talvez?) sobre essa real necessidade.
Minha seta apontava em direções
que não conseguia flechar e insistentemente eu - equivocadamente - insistia em
mirar. Em pessoas, coisas e situações. Não eram minhas, não me pertenciam. Apenas
faziam parte do meu cotidiano. Como os objetos (sem leviandade) belos que hoje decoram
minha casa e que gosto de ter, mas não são imprescindíveis para que eu viva
feliz. Taí! Imprescindibilidade! Busquei isso, e tenho que me policiar para que
não saia do eixo, focando onde não preciso.
Tenho um emprego, aliás, dois
bons empregos. Tenho um amor, que sei que é o da vida inteira; tenho irmãos
chatos, mas que amo e que me amam; tenho uma mãe maravilhosa; tenho pessoas
únicas e sinceras (incluindo os barbados mais charmosos do Rio de Janeiro); tenho minha casa própria; tenho uma família porreta (isso inclui tios, primos e
sobrinhos). Então acho que tenho muito. Mais do que imaginei um dia conquistar.
E o resto que me incomodava (e
nesse processo de aprendizado ainda me incomoda um pouco)? Confesso que este
resto ainda não passa despercebido. É um processo de desintoxicação. De
reconstrução. Mas este resto todo, sempre será aquele vaso bonito, que admiro
na minha sala, mas se quebrar, não vai fazer a menor falta na minha vida, tão
preenchida por partes do meu corpo, que é composto pela minha mãe, meu amor,
meus irmãos, minhas pessoas queridas de verdade, minha família....
Enfim. É hora de fechar o
computador. Depois de mais de 10 horas de trabalho (graças a Deus por isso!), preciso
descansar para o início de um novo dia de trabalho amanhã. E você que teve
paciência de ler, valorize o que de fato é imprescindível na sua vida
também e seja feliz com o que realmente importa...
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Julio Britto: carioca, advogado, amante de telenovelas, samba e axé music. Ator nas horas vagas, fã de Nelson Rodrigues e tudo relacionado a cultura trash. É leonino de 29 de julho de 1980, por acaso, uma terça-feira, mesmo dia da semana colabora aqui no Barba Feita.
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A opinião dos colunistas não representa necessariamente a posição editorial do Barba Feita, sendo estes livres para se expressarem de acordo com suas ideologias e opiniões.
2 comentários:
Exatamente isso... foco no que importa e atenção a quem merece!!! Parabéns
Direto e cheio de gratidão.
Beijocas de luz!
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