Não vou mentir para vocês. Às
vezes, eu acho que cruzamos algum vortex temporal e estamos vivendo em uma
realidade paralela bem da ruim. Ou estamos experimentando alguma falha da
Matrix. Em breve, tenho fé, tudo será solucionado.
É meio estranho pensar que é Donald
Trump quem governa os Estados Unidos. Até 2004, o cara era uma celebridade de
reality show que ninguém levava muito a sério. Tem noção da distopia que já é
isso?! Muito louco, né?
Apesar de vivermos muitas
loucuras, desde que me entendo por gente, acreditava que o pior já tinha
passado. Estamos evoluindo a cada dia. O salto que a sociedade fez nos últimos
dez anos é gigantesco. Mas de alguma maneira estamos retrocedendo também. Eu
não vi acontecer. Acho que estava ocupado demais assistindo minhas séries ou
maravilhado com algum livro. Que doido, né? Se alguém me perguntar como
chegamos até esse momento, não saberei responder. Juro!
Se pensarmos em Estados Unidos,
eles elegeram um presidente negro. O Obama conseguiu mostrar ao mundo que é
possível. Ele, por si só, já era uma mega mensagem positiva. Mas que agora
parece ter sido só um sonho bom.
Não sei se em pouco tempo estarei
tentando poupar minha vida em uma arena bem parecida com a Jogos Vorazes ou se
estarei vivo. Não sei o que vai acontecer. Ninguém sabe. Mas sinto muito medo.
Algumas pessoas andam chamando
isso do bom e velho mimimi. Eu chamo de medo mesmo. Talvez, o que eu sinto
pela minha vida, alguns sintam pelo próprio bolso. E, por esse motivo, estejam
tão cegos com o que se aproxima.
Admito que algumas vezes eu torço
para boa parte dessas pessoas se foderem bonito. Mas aí eu lembro que não vai
adiantar de muita coisa se isso acontecer. Eu estarei me ferrando junto e meus
amigos e familiares também. Na real, não queria que isso acontecesse com
ninguém.
Conversando com um amigo na
semana passada, ele me abriu os olhos. É preciso sofrer. Eu, você, seu amigo e
sua amiga. É preciso que o Brasil sofra junto, assim pode tentar, mais uma vez,
se unir para sair da lama que vai se enterrar. Eu não sou tão otimista assim. Em
2018 possuímos mais “saída de emergência” do que em 1964. Um vídeo no celular
aqui, um meme ali e a dor de estar em um buraco sem fundo, não se aproxima.
Fica lá enterrada na boa e velha ignorância.
No fim, quem não sabe o que está
acontecendo é mais feliz. Não sofre por antecipação e não pensa no pior. Na
verdade, não pensa em nada. Apenas se vive, um dia de cada vez. E por
aí vai.
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Silvestre Mendes, o nosso colunista de quinta-feira no Barba Feita, é carioca e formado em Gestão de Produção em Rádio e TV, além de ser, assumidamente, um ex-romântico. Ou, simplesmente, um novo consciente de que um lance é um lance e de que romance é romance.
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A opinião dos colunistas não representa necessariamente a posição editorial do Barba Feita, sendo estes livres para se expressarem de acordo com suas ideologias e opiniões.
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