Nunca fui de me importar muito com essa coisa de aniversário. Na minha família, dia de aniversário sempre foi considerado um dia comum, já que por motivos religiosos a data não era comemorada. Apesar dos traumas infantis de depois dos nove anos nunca mais ter tido uma festa de aniversário e muito menos poder ter ido em uma, acabei me acostumando com o fato. Só fui voltar a frequentar aniversários e até mesmo a comemorar os meus quando atingi a minha independência financeira.
Por isso, apesar de gostar dos mimos que a data sempre oferece, eu nunca fico ansioso por ela, inclusive porque tenho lá as minhas crises com a idade. Pode parecer idiotice, mas crise a gente não explica, resolve na análise (que eu não faço). E depois que a gente cruza a casa dos 30, a parada fica ainda mais sinistra, porque como a Sandy bem cantou, a gente tá naquela fase estranha em que se é jovem pra ser velho e velho pra ser jovem.
Esse ano em específico, eu fiquei ansioso para a data e desanimado. Queria comemorar e, ao mesmo tempo, não queria. Trinta e oito anos. Tem noção do peso desse número?
Durante muito tempo eu achava pessoas de trinta e poucos anos velhas. Inocente e lá na casa dos vinte, a gente olha pro futuro e acha que 10, 15 anos são muita coisa. Só que a vida parece pisar no acelerador quando a gente é adulto e tem mil responsabilidades que, quando vemos, os 30 já se foram e os 40 estão logo ali encarando a gente.
Mas, animado ou não, o dia 22 de julho chegou e está sendo mais do que agradável. Antecipei a comemoração para ontem, domingo, em um piquenique no Aterro onde, rodeado de amigos e queridos, brindei à vida, às conquistas desses anos percorridos. E é maravilhoso sentir-se querido e amado, seja com a presença física, seja por mensagens de pessoas que, mesmo distantes, se lembram e se preocupam com você.
Trinta e sete anos já se passaram. Os 38 chegaram e o Leandro vai mudando um pouquinho a cada dia. A vida segue e, aos trancos e barrancos, vamos enfrentando os desafios e comemorando cada nova conquista e esperando por novas e impressionantes surpresas.
Apesar dos pesares, aos 38 anos posso dizer que as coisas tem dado certo. (Ainda) tenho um emprego estável, amigos sensacionais, pessoas importantes e maravilhosas ao meu redor, uma vida inteira pela frente. Quem precisa de mais?
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Leandro Faria:, do Rio de Janeiro, 30 e poucos anos, viciado em cultura pop em geral. Gosta de um bom papo, fala pelos cotovelos e está sempre disposto a rever seus conceitos, se for apresentado a bons argumentos. Odeia segunda-feira, mas adora o fato de ser o colunista desse dia da semana aqui no Barba Feita.
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